Bolas, que ela é tramada!

Como já disse anteriormente, as crianças colocam o dedo no ar para dizer tudo e mais alguma coisa.

Esta situação aconteceu numa turma de 1º ano.

Um menino colocou o dedo no ar e depois de eu autorizar que falasse, disse:

 - Teacher, ontem o meu lápis partiu-se.

 - E já o afiaste?

 - Sim!

 - Então e podemos continuar a aula ou queres continuar a falar do teu lápis que partiu ontem?

 - Sim, podemos!

Depois de responder que podíamos continuar a aula, virou-se para o colega do lado e disse baixinho:

 - Bolas, que ela é tramada!

Eh eh!

Pulseira

Hoje uma aluna do terceiro ano, chegou à sala e disse-me:

 - Fiz um presente para ti, teacher. Espero que gostes!

Era esta linda pulseira que eu adorei e andei o resto do dia com ela ❤️

O leão é verde!

Durante uma aula, em que estava a ensinar os nomes dos animais da selva em inglês, chegou a altura do leão.

Depois de usar um carimbo com o desenho de um leão e de ensinar o nome em inglês, perguntei aos alunos (turma de 5 anos) qual era a cor dos leões. Eles responderam todos em coro:

 - Brown!

Todos, à excepção de um menino que respondeu “Green”. Perante esta resposta, eu perguntei-lhe se tinha a certeza da cor que estava a dizer, ao que ele me respondeu:

 - Então, “Green” é verde e o leão é do Sporting, tal como eu, por isso é verde!

A sorte dele é que a “Teacher” também é do Sporting e por isso gostou muito da resposta ;)

Então não tens uma casa, tens duas!

Uma característica das crianças é quererem contar tudo quanto lhes passa pela cabeça e adoram partilhar o seu quotidiano. Também é sabido que quando uma conta algo, já sabemos que haverá mais alguém a querer contar qualquer coisa também. Essa gestão tem de ser feita a toda a hora, mas por vezes surgem conversas paralelas que não dá para parar a tempo.

Este foi um desses casos e ainda bem que não consegui parar a tempo!

Estavam a aprender o vocabulário relativo a uma casa e de repetente surgiu este diálogo:

 - Eu tenho uma casa, é no Baleal. Ah, e tenho outra em Portugal.

E diz um colega, muito depressa:

 - Então não tens uma casa, tens duas! 

Ora, pois claro!

O meu pai está nas estrelas!

Devíamos sempre ouvir as crianças, pois elas conseguem redefinir as coisas de forma positiva, como muitas vezes os adultos não conseguem.

Actividades como o Dia do Pai ou da Mãe, muitas vezes trazem problemas, pois nem todas as crianças conseguem lidar com a falta dos progenitores e por essa razão, eu falo desse assunto de uma forma muito cautelosa.

Foi durante esta actividade, na semana passada, que um aluno de 4 anos teve uma “saída” muito bonita. Enquanto eu explicava que quem não tinha os pais perto de si, não havia qualquer problema, pois podiam dar o presente a outra pessoa especial, este aluno perguntou:

 - Teacher, eu não posso dar ao meu pai porque ele está nas estrelas, mas achas que ele consegue ver de lá o que eu lhe estou a fazer?

Eu não tenho a menor dúvida que sim e foi o que lhe disse <3

Claro que estou gira! Sou eu!

Durante uma aula ao 1º ano de escolaridade sobre o corpo humano, mais concretamente sobre a cabeça; pedi aos alunos para desenharem o seu "self-portrait", ou auto-retrato.

Enquanto desenhavam, ia passando ao lado deles dizendo que estavam a ficar muito giros e observando os seus traços.

A reacção deles era sempre positiva e sorriam após ouvir as minhas palavras, à excepção de uma menina que me respondeu:

- Claro que estou gira! Sou eu!

;)